Mafalda tentando entender este mundo ...

22 de março de 2012

Velho muito cedo, Sábio muito tarde


Autor: Gordon Livingston
Editora: Sexante

     Já aconteceu com você? Você ganha um livro e ele fica séculos na estante. Um belo dia você olha pra ele e dá uma enorme vontade de folheá-lo, você lê um trechinho aqui outro ali. Pumba! Em 2 horas você devorou o livro! Com este foi assim. Olha só o porquê:

"(...) seria útil elaborar um manual dos traços de caráter virtuosos que descrevesse as qualidades que desejamos desenvolver em nós mesmos e buscar em nossos amigos e parceiros. No topo da lista eu colocaria BONDADE, que é essa disposição de se doar ao outro (...) essa virtude absolutamente desejável governa todas as outras, inclusive a capacidade para a empatia e para o amor"

"(...) existem tratamentos eficazes para os sintomas da DEPRESSÃO (...) os remédios, contudo, não vão torná-lo mais feliz. A felicidade não é simplesmente a ausência de desespero. É um estado positivo em que as nossas vidas têm SENTIDO e PRAZER"

"As pessoas precisam sobretudo observar a maneira como vivem e procurar desenvolver algum desejo de mudar. Estamos sempre falando sobre as coisas que queremos e o que pretendemos fazer. Esses sonhos e desejos ajudam muito pouco a mudar nosso estado de espírito. Não somos o que pensamos nem o que dizemos ou o que sentimos. NÓS SOMOS O QUE FAZEMOS. (...) Quantas vezes nos sentimos traídos e surpresos ao constatar a distância entre o que as pessoas dizem e o que fazem. (...) A maioria das desilusões amorosas ocorre porque ignoramos que o comportamento no passado é o indício mais confiável e seguro do comportamento no futuro"

"Os três componentes da felicidade são: algo para fazer, alguém para amar e algo para desejar. (...) Se nos dedicarmos a um trabalho útil (remunerado ou não mas que cause prazer e dê sentido à vida), um relacionamento harmonioso e uma expectativa de prazer,  será difícil ser infeliz"

     Sobre os relacionamentos amorosos, eu achei isto realmente sensacional:

"(...) o amor é demonstrado pelo comportamento. Como já disse, nós revelamos quem somos e de quem gostamos não pelo que prometemos, mas pelo que fazemos (...) nós somos uma espécie verbal que usa abundantemente as palavras para explicar - e para enganar.(...) O sonho do amor perfeito nos torna vulneráveis às piores formas de ilusão e de decepção (...) Elas acontecem sempre que achamos que finalmente encontramos a pessoa que vai nos amar para sempre, exatamente como nós somos. Quando alguém nos dá a entender que fará isso, e diz as palavras que tanto desejamos ouvir, facilmente escolhemos ignorar comportamentos incoerentes desta pessoa. Quando ouço um paciente dizer 'ele faz coisas que não são legais mas sei que me ama'   pergunto se é possível magoar alguém que amamos. (...) Podemos amar o caminhão que nos atropela? (...) Se o amor declarado com palavras não é acompanhado de um comportamento verdadeiramente amoroso, essa declaração é na maioria das vezes mentirosa"


     É pra se pensar e repensar nossos relacionamentos, não?

     É muito simples perceber onde erramos, pelo menos para a grande maioria das pessoas; e perceber também como deveríamos agir, mas mudar, bom isso é bem difícil:

"Uma das fantasias comumente alimentadas por pessoas que querem mudar de vida, é que essa mudança pode ser conseguida rapidamente"

"Na maior parte do tempo nós atuamos no piloto automático, repetindo hoje as mesmas coisas que não funcionaram ontem (...) A maior parte do nosso comportamento é motivada por sentimentos, ainda que tenhamos consciência deles. Por isso, se queremos mudar devemos ser capazes de identificar as nossas necessidades emocionais e encontrar meios de satisfazê-las que não ofendam aqueles de quem depende nossa felicidade. Se desejamos ser tratados com delicadeza e paciência, precisamos cultivar essas qualidades dentro de nós"

"Acomodados em nosso hábitos, temos receio de mudanças e evitamos o mais possível correr riscos, sobretudo se imaginamos sofrer rejeição. Preferimos nos proteger e permanecer na situação conhecida, por mais que ela seja claramente prejudicial à nossa vida"

"As pessoas que buscam perfeição em um mundo imperfeito estão vulneráveis à depressão. (...) As pessoas obsessivas têm forte necessidade de controle. Tudo o que ameace o desejo de controlar provoca ansiedade. Ao sentir-se ansiosa, a pessoa redobra seus esforços  para reassumir o controle, repetindo com mais intensidade seus comportamentos obsessivos. (...) Geralmente é o medo e a ansiedade que nos impedem de fazer as coisas que nos tornarãiam mais felizes"

      Um "detalhezinho" importante sobre nossos filhos:

"As crianças devem ter o direito ao amor incondicional dos pais. Mas poucas pessoas me disseram que receberam esse amor. Ao contrário, em sua maioria, as lembranças da infância vêm carregadas da obrigação de 'deixar os pais orgulhosos' (...) Os filhos escutam de várias formas os pais mencionarem o peso que eles representam. A começar pela dor do parto, as noites sem dormir, a sobrecarga de tarefas, o aumento das despesas (...) É alguma surpresa que todo esse clima gere um sentimento de dívida e obrigação por parte dos filhos? (...) Na verdade, nossos filhos não nos devem nada. Trazê-los ao mundo foi uma decisão nossa. Amá-los e ajudá-los a crescer é nosso dever como pais, não um ato de generosidade ou abnegação. Desde o começo sabíamos que os estávamos criando para um dia nos deixarem, e sempre foi nossa obrigação ajudá-los a se tornarem independentes sem se sentirem culpados e obrigados a pagar com gratidão infinita uma dívida perpétua"


     E assim, com essa verdade estonteante eu termino este post.

     Infelizmente este livro está esgotado na editora. Valeria a pena reclamar no site da Sextante para que mais pessoas pudessem ter acesso a esta obra de tantas verdades, nem sempre fáceis de serem lidas.

Para contactar a Editora Sextante, clique aqui.



Quem é o autor?
Gordon Livingston, M.D., formou-se em West Point e na Johns Hopkins School ofWashington Post, o San Francisco Chronicle, o Baltimore Sun e Reader’s Digest.
A sabedoria que Livingston demonstra em seu trabalho vem de experiências intensas e diversificadas: os anos passados no exército, o vasto conhecimento da alma humana devido à carreira de psiquiatra e a dor de ter perdido dois filhos.
Condecorado com a Estrela de Bronze por bravura no Vietnã, ele também é o autor de Only Spring. Mora e trabalha em Columbia, Maryland.

4 comentários:

  1. P.S. Este post foi feito reproduzindo trechos de 12 páginas do livro (de um total de 138). Assim, não vale a pena supor que não valeria a pena adquirir o livro.

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  2. O livro ajuda, mas temos que estar abertos a mudança pra poder enxergar aquilo que o autor mostra como óbvio. Talvez por isso ele tenha ficado tanto tempo na sua estante! Você o reencontrou quando o enxergou!
    Esse eu quero emprestado!

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  3. eu encontrei esse livro na biblioteca da minha cidade <3

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