Mafalda tentando entender este mundo ...

25 de março de 2012

A Ciência de ser Feliz

Autor: Susan Andrews
Editora: Ágora



"Felicidade.
Viajamos para procurá-la, casamos esperando segurá-la,
fazemos terapia para aumentá-la,
e nos estressamos ganhando dinheiro para comprá-la"






     No livro, a autora aponta que a depressão é hoje, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, o 4o maior problema de saúde pública do mundo, tornando-se uma verdadeira "epidemia global" que até 2020 atingirá o 2o lugar neste triste ranking.
     Ao longo do livro procura demonstrar, através dos estudos do que chama de "ciência hedônica", ou seja, ciência que estuda a felicidade que esta NÃO depende de:

dinheiro
beleza e juventude
genética
boa escolaridade
companheiros e amigos ou
sucesso


     Então do que dependeria a felicidade? E antes disso, o que é felicidade?

"Os pesquisadores definem a felicidade como a combinação entre o grau
e a frequência de emoções positivas; o nível médio de satisfação que a pessoa
obtém durante um longo período; e a ausência de sentimentos negativos, tais como a tristeza e a raiva"


      Sobre o fator JUVENTUDE, a autora explica que os estudos demonstram que os idosos, por exemplo, são mais felizes do que os jovens. Quanto à beleza, pessoas mais atraentes teriam uma pequena vantagem sobre as demais mas esta característica não seria suficientemente significativa para o aumento do bem-estar.

     Sobre dinheiro, há diversos estudos que demonstram que

"quando as necessidades básicas são atendidas, uma renda
adicional pouco contribui para a sensação de satisfação com a vida"

     Ela menciona países onde o PIB cresceu números significativos mas onde as pessoas estão mais infelizes do que décadas atrás.


      A autora dedica um terço do livro explicando que "mais não é melhor", o que derruba muitas de nossas ilusões a respeito da felicidade que ganhar na Mega Sena poderia nos proporcionar!

"O padrão de vida aumentou drasticamente nos últimos 50 anos,
mas a felicidade não cresceu e, em alguns casos, teve uma queda.
Existem muitas provas de que ser mais ricos não nos tornará mais felizes"


      Um trecho do livro que eu achei impressionante:


"O que você prefere: ganhar 1 milhão de reais na loteria ou perder as pernas num acidente? Qual das duas hipóteses lhe faria mais feliz depois de, digamos 1 ano? Uma pergunta tola, não? Obviamente, você seria muito mais feliz como milionário do que como paraplégico, certo? Errado! Estudos têm demonstrado que depois de 1 ano o grau de felicidade de quem ganhou na loteria e dos paraplégicos retorna quase ao nível original"


      Acontece da seguinte forma: procure se lembrar de uma coisa que queria tanto e conseguiu adquirir há pelo menos 6 meses (ou mais): um sapato, um carro, uma casa, não importa. Pensou?
      Segundo a autora, depois de 6 meses o nível de felicidade que você conseguiu após conquistar o que queria volta a ser igual àquele de antes da aquisição. Pra mim, caiu como uma luva! É verdade! Eu conquistei muitas coisas materiais que desejava na minha vida e elas me trouxeram muito entusiasmo e alegria nos primeiros meses mas depois de um tempo voltei a me sentir como antes. Sabe por quê?


"Coisas maravilhosas são especialmente maravilhosas na primeira vez em que acontecem, mas sua fascinação se dissipa com a repetição. (...) Quaisquer ganhos em felicidade são passageiros: nós, seres humanos, nos habituamos muito rapidamente à mudança." 


"Quando estou em Nova York quero estar na Europa,
quando estou na Europa quero estar em Nova York" 
Woddy Allen, cineasta


 "Quanto mais uma experiência prazerosa for repetida ao longo do tempo, menos prazer ela gerará (...) A busca da felicidade através de objetos externos nos distrai de desfrutar o momento presente, essa mesma busca pode, na verdade, diminuir a felicidade"


     Neste sentido, a autora discursa de maneira muito acessível sobre autosabotagem, explicando que a maior cilada na qual podemos nos colocar é quando nos comparamos com às demais pessoas e fazemos disso uma prática. Veja porque se comparar às demais pessoas é uma fria daquelas:


 "A maioria das pessoas julga sua vida e seus bens em comparação com os outros (...) Com acesso à TV e à internet 24h por dia, estamos cercados pelo estilo de vida dos ricos e famosos, que esfrega em nossa cara o fato de que 'os outros' têm mais que nós. Por conta disso, nunca estamos satisfeitos (...) Mesmo os membros da 'elite digital', cuja vida é repleta de oportunidades e prazer, não se enxergam como afortunados, pois estão rodeados por pessoas com muito mais"


      Daí conclui-se que quanto maior for a igualdade social de um país maior será o nível de felicidade de seus habitantes. Não por acaso, o país mais próspero do mundo (a Noruega) é também o que tem a maior igualdade social e os noruegueses estão na lista dos povos mais felizes do mundo.


"Um crescente número de pesquisadores vem demonstrando que a felicidade e a satisfação com a vida são critérios centrais para a saúde e o sucesso. Verificou-se que as pessoas felizes têm: mais chances de se casar, casamentos mais plenos e menos chances de se divorciar; mais amigos e apoio social mais forte; mais criatividade; produtividade mais alta; melhor desempenho no trabalho e mais sucesso profissional; renda maior;
mais autocontrole, liderança e competência para lidar com situações adversas (...)
Pessoas felizes também são mais sociáveis, cooperativas, generosas e altruístas (...)
São mais saudáveis por conta de seu sistema imunológico fortalecido e têm baixo risco de desenvolver doenças cardiovasculares e pulmonares, diabetes, hipertensão e resfriados. (...) Vivem mais tempo (cerca de 9 anos mais)"


     Então aqui vai um resumo da lista de atitudes e ações da autora que irão nos fazer mais felizes:

- Tenha fortes laços afetivos com amigos e familiares: a família e o companheirismo são mais importantes para o nosso bem-estar do que o modelo do carro ou o tamanho da casa;

- Traga significado à sua vida através de uma crença em algo superior a você mesmo, que possa vir de religião, espiritualidade ou filosofia de vida;

- Cultive a gratidão: ela é um antídoto contra emoções negativas pois quanto mais grata uma pessoa for, menos chance de ela ficar deprimida, ansiosa, solitária ou neurótica. A autora sugere que se mantenha um diário onde todos os dias possamos escrever pelo que somos gratos baseados nos acontecimentos de cada dia;

- Fazer o bem: fazer o bem faz bem. Simples assim! Contribuir para a felicidade de outras pessoas nos traz imensa sensação de bem-estar. Ser bondoso e generoso promove a saúde, aumenta a autoconfiança e ajuda a desenvolver um senso de significado à própria vida. Sirva ao próximo, de preferência desinteressadamente;

- Pratique exercícios físicos: estes aumentarão sua sensação de bem-estar. Escolha algo de que goste;

- Pratique meditação/relaxamento todos os dias;

- Não se compare às outras pessoas: trabalhe em seu autoconhecimento para saber quem realmente é e o que realmente gosta e deseja nessa vida.

O vídeo a seguir, em Inglês, fala sobre isso":





"A felicidade é uma borboleta, que, quando perseguida está sempre
além do seu alcance - mas, se você se sentar em quietude,
ela poderá pousar em você"
Nathaniel Hawthorne, escritor norte-americano.




Quem é a autora?
Susan é psicóloga e antropóloga formada pela Universidade de Harvard, fundadora e coordenadora da ecovila Parque Ecológico Visão Futuro no interior de São Paulo, e coordenadora do FIB no Brasil.


3 comentários:

  1. Legal! mas não vou querer comprar o livro, afinal já li um bom resumo do que ele aborda!!

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  2. Marina: como diriam os professores de cursinho, ler o resumo do livro pode até ajudar na prova mas jamais será a mesma coisa. Neste livro há inúmeros detalhes interessantes que não foram tratados aqui. Neste "resumo" está apenas a essência.

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  3. Assisti uma palestra da Susan neste mês aqui na empresa e posso dizer que ela é uma pessoa incrível. Vou comprar o livro com a maior felicidade :)

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