Mafalda tentando entender este mundo ...

30 de setembro de 2013

Como reinventar o casamento quando os filhos nascem


Autor: Gary Chapman
Editora: Mundo Cristão

A cena é clássica: a cegonha chega, e o casamento pula pela janela. Fraldas para trocar, cocô para jogar fora, os choros, as idas ao pediatra, todo o trabalho que um bebê exige. É nessa hora que muitos parceiros caem na real e se questionam se fizeram a coisa certa ao juntar as escovas de dentes. Quem deve ceder? Como evitar conflitos e segurar firme a aliança no dedo?
"Como Reinventar o Casamento Quando os Filhos Nascem" busca respostas dentro da abordagem cristã. Especializado em aconselhamento familiar, o autor Gary Chapman mostra que a criação de filhos é um empreendimento conjunto que exige comunicação, compreensão, amor e disposição de assumir um compromisso.
Segundo o livro, casais que não desenvolvem essas atitudes e habilidades antes do nascimento dos filhos não podem acreditar que as assimilarão de uma hora para outra, assim que o primeiro bebê nascer.
"Os primeiros meses do casamento são necessários para adaptação de ambos", observa o autor. Não é necessariamente um processo fácil, mas pelo menos é possível dedicar-se exclusivamente ao outro, afinando a sintonia da relação. Mas, ainda que o casamento já esteja razoavelmente consolidado, quando o primeiro filho chega, parece que o casal precisa começar do zero, novamente.
Novos papéis e novas prioridades são um duro teste para a solidez do relacionamento. Compreensivelmente, a atenção de ambos passa a voltar-se para o bebê, e, aos poucos, um já não dá atenção ao outro.
Como alguém tão especial é capaz de trazer tantos desafios à relação conjugal? Gary Chapman conhece as dificuldades e está disposto a ajudá-lo a reinventar o casamento, para que todos desfrutem da alegria que é fazer parte de uma família.
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Leia um trecho do livro:
Esta não é uma obra sobre criação de filhos, embora eu ofereça dicas valiosas para os pais. Também não é nenhum tratado sobre o casamento, apesar de eu fazer algumas observações sobre esse assunto. Na verdade, trata-se de um livro que aborda a seguinte questão: "Como devemos fazer para manter o vigor do nosso casamento, agora que temos filhos?".
 



Este livro surgiu de uma conversa que tive há algum tempo com um jovem pai frustrado. Ele me disse, com voz sofrida:
- Perdi minha esposa.
- O que você quer dizer com isso? - perguntei.
- Perdi minha esposa para nosso bebê.
- Fale-me a respeito disso.
- Somos casados há três anos. No início, o nosso relacionamento era muito bom mesmo. Ambos queríamos ter um filho e estávamos de acordo que já era hora. Mas, se eu soubesse que o bebê chegaria para acabar com o nosso casamento, nunca teria concordado.
- O que você está querendo dizer quando afirma que o bebê acabou com o seu casamento? - insisti.
- Não existe mais um casamento - respondeu ele. - A vida dela se concentra apenas no bebê. A minha vida também está focada somente no bebê. É como se nós dois tivéssemos deixado de existir. Parece que, quando nos tornamos pais, perdemos nossa identidade como marido e mulher.
- E quanto ao relacionamento sexual? O que aconteceu?
- Não existe. Talvez nos tenhamos relacionado sexualmente duas ou três vezes desde que o bebê nasceu.
- Qual é a idade do bebê agora?
- Ele fez dois anos na semana passada - disse ele.
- Você já conversou com sua esposa sobre o que está sentindo?
- Tentei conversar, mas é difícil falar com ela. Minha esposa diz que não entendo como é difícil conciliar a criação de um filho e o trabalho. Falei com ela que poderia parar de trabalhar, mas minha esposa acha que meu salário não é suficiente para sustentar nossa família. Eu até acredito que conseguiríamos... mas não há necessidade de brigar com ela por causa disso. Sei que pode parecer uma opinião egoísta, mas eu gostaria de ter minha esposa de volta. Poderíamos voltar a nos tratar como antes do nascimento do bebê.
Ao fim daquela conversa, saí com a certeza de que tinha de escrever este livro. Eu sabia que aquele não era um fenômeno isolado. Ouvi muitas histórias parecidas nos últimos trinta anos, período em que trabalhei no aconselhamento de casais que enfrentavam crises em seu relacionamento conjugal. Também sabia que a esposa daquele homem se sentia tão frustrada quanto ele; que também lutava para dar conta da pressão de ser mãe e esposa ao mesmo tempo. Acredito que milhares de pessoas se identificam com o sofrimento daquele jovem casal.
Em outro encontro recente, uma jovem senhora se aproximou de mim com a Bíblia Sagrada aberta. Ela tinha o semblante muito sério.
- Quando o senhor vai começar a falar sobre como os filhos influenciam o casamento? - perguntou-me.
A princípio, achei que aquela pergunta era simplesmente um argumento para puxar uma conversa em tom bem mais pessoal, por isso respondi com outra questão:
- Por que você pergunta isso?
- Estou confusa - respondeu ela, apontando para o texto de Salmos 127. - Aqui na Bíblia diz que "os filhos são herança do Senhor", "como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles". Isso pode ser motivo de felicidade para o homem, mas não para a mulher. Eu achava que, quando meu filho nascesse, isso me uniria mais ao meu marido e que ambos seríamos felizes. O que aconteceu conosco, porém, foi exatamente o oposto. Desde a chegada do bebê, nosso casamento está se deteriorando.
Garanti a ela que não estava sozinha em sua frustração; que muitos casais reconhecem que os primeiros dezoito meses posteriores ao nascimento de um filho constituem o período mais difícil do casamento. Mães com filhos pequenos costumam se sentir solitárias e sobrecarregadas. Elas não sentem mais o desejo e o apreço do marido. É muito comum acharem que perderam sua capacidade de atrair o companheiro.
- Meu marido não entende por que me sinto tão cansada. Ele reclama porque deixei de fazer tortas de cereja. Eu passo o dia inteiro lidando com fraldas sujas, limpando vômito de bebê, e ele ainda reclama porque não faço mais as tortas de cereja.
Muitos pais de crianças pequenas se consideram negligenciados pela esposa, como se ela deixasse de gostar do marido ou diminuísse seu interesse por ele. Esses homens acham que perderamo posto de "número 1" na vida da esposa; o bebê passou a ocupar essa posição. Assim, eles se sentem ressentidos - não necessariamente com o bebê, mas por causa da atenção que a esposa dedica ao filho que chegou. Por isso, pensam: "Ela nunca tem tempo para mim. O bebê está sempre em primeiro lugar. Mesmo quando eu a convido para sair, fica com medo de deixar o bebê com outra pessoa. Quando quero alugar um vídeo, ela diz que está muito cansada para assistir. Não sei mais o que fazer".
Por que esse tipo de crise no casamento é tão comum? Porque uma quantidade imensa de conflitos potenciais completamente novos surge entre os cônjuges quando uma criança nasce.
Um filho significa mais trabalho. E quem vai realizar esse trabalho, a mãe ou o pai?
Mais trabalho significa menos tempo. E quem vai sacrificar seu tempo, a mãe ou o pai?
Mais trabalho significa mais dispêndio de energia. E quem vai gastar suas energias com o bebê, a mãe ou o pai? Um filho significa mais despesas. E de onde virá o dinheiro? Daquele que vocês haviam separado antes para gastar em lazer e jantares românticos?
Pesquisas mostram que a mulher sente mais o impacto da chegada de um filho nos primeiros seis meses de vida da criança. É nessa época que ela tenta se adequar às novas demandas de tempo e energia, ao passo que o pai reconhece mais intensamente o impacto do nascimento do filho sobre o casamento na faixa de seis a dezoito meses de idade da criança. Durante esse período, o marido percebe que a esposa fica mais crítica e menos paciente, além de evitá-lo sexualmente.
Além disso, infelizmente, o impacto dos filhos sobre o casamento não chega ao fim quando a criança completa dezoito meses de idade. Jim e Evelyn estiveram em meu consultório em busca de ajuda para a filha deles, uma adolescente de catorze anos. Depois de falar rapidamente sobre os problemas que estavam enfrentando com ela na escola, admitiram que a principal razão para me procurar era o fato de o casamento dos dois estar passando por um momento de crise. "Parece que, quando se trata de Julie, discordamos em quase tudo. Nossas divergências sobre como criá-la nos levaram a brigar o tempo todo. Nenhum dos dois gosta disso, mas não sabemos o que fazer a respeito. Ao que parece, todo dia há um motivo novo para discutirmos por causa de alguma coisa relacionada a Julie".
De vez em quando, pergunto aos casais que atendo:
- Como era o casamento de vocês antes do nascimento dos filhos?
Costumo receber respostas como esta:
- Era bom. Enfrentávamos algumas dificuldades, mas acreditávamos que um filho nos uniria.
Não espere que um bebê determine o sucesso do casamento; a criança não pode ser responsabilizada por isso. Os filhos não são o fator decisivo para o sucesso nem para o fracasso de uma união conjugal. A única coisa que podem fazer é revelar problemas que já existiam antes de eles nascerem. Um estudo de dez anos conduzido por Carolyn e Philip Cowan mostrou que "a informação mais importante para prever o comportamento dos homens e das mulheres quando se tornarem pais é identificar sua maneira de agir antes de iniciar a jornada da criação dos filhos".
O fato é que a criação de filhos é um empreendimento conjunto que exige comunicação, compreensão, amor e a disposição de assumir um compromisso. Casais que não desenvolvem essas atitudes e habilidades antes do nascimento dos filhos não podem acreditar que as assimilarão de uma hora para outra, assim que o primeiro bebê nascer.
Alguns casais vivem um bom relacionamento conjugal antes do nascimento dos filhos, mas, cinco anos depois, marido e mulher percebem que passaram tanto tempo sendo "bons pais" que acabaram permitindo que a própria relação deteriorasse.
Esse tipo de situação não acontece da noite para o dia nem é resultado de um conflito aberto. Na verdade, trata-se de um processo gradual de deterioração da intimidade provocado pela falta de tempo de qualidade, de demonstrações de amor e de comunicação. Em casamentos assim, o tempo necessário para a restauração é, em geral, bem curto, visto que o marido e a mulher já mantinham um bom relacionamento que foi prejudicado. Quando um cônjuge demonstra preocupação pelo outro, é provável que ambos concordem em fazer uma correção de curso, e assim o casamento volta aos trilhos.
Em contrapartida, para os casais que já desenvolviam padrões perniciosos de relacionamento antes da chegada dos filhos, a estrada que conduz à restauração será muito mais longa. As mudanças necessárias - resolução dos conflitos, comunicação eficiente, tolerância quanto às diferenças, a busca por compromisso, e não por conquistas pessoais, e manifestações de amor por meio de linguagens que o cônjuge consegue compreender - exigem habilidades que levam tempo para ser desenvolvidas. No entanto, devo acrescentar que nunca é tarde demais para começar. Qualquer casal pode aprender a fazer isso, desde que marido e mulher se sintam motivados para tal.
É possível que você também esteja em busca de respostas para a seguinte pergunta: "Como manter o vigor de nosso casamento, agora que temos filhos?". Acredito na existência de respostas para essa questão, e minha intenção com este livro é apresentar essas respostas a você.
Fiz um livro pequeno de propósito, porque tenho a consciência de que muitos casais dispõem de pouco tempo para dedicar à leitura de um livro - ou, pelo menos, pensam dessa maneira. É possível que você leve menos de duas horas para ler todo o conteúdo desta obra. E, se o fizer, descobrirá como encontrar tempo para ler e para dedicar ao seu casamento. Além disso, você também terá a oportunidade de aprender a assumir o controle de suas finanças de tal maneira que consiga realizar feitos de valor em sua vida. O mais importante: você descobrirá como reacender a chama da intimidade conjugal e mantê-la ardente sem comprometer seu papel de pai ou mãe. Verá que não é a única pessoa a enfrentar esse tipo de desafio. Outros já passaram por essa trilha; eles aprenderam a nutrir um casamento saudável e, ao mesmo tempo, oferecer uma boa criação para os filhos. Você pode tirar proveito daquilo que essas pessoas descobriram. Ao fim de cada um dos cinco capítulos que compõem este livro, você encontrará sugestões práticas sobre como aplicar essas ideias na estrutura de seu casamento.
Posso garantir a você que é possível viver um casamento feliz e, ao mesmo tempo, alcançar o sucesso como pai ou mãe.
 
 

 
Quem é o autor?
Desde a década 1970, o dr. Gary Chapman vem investindo no estudo de como potencializar o mais nobre dos sentimentos em relacionamentos afetivos. Autor do celebrado best-seller As cinco linguagens do amor, traduzido para 32 idiomas, Chapman bate na seguinte tecla: "o amor não depende exclusivamente das emoções. Amor é o que você faz e diz, não apenas o que você sente".
Há décadas o dr. Chapman viaja pelo mundo desafiando casais a buscar saúde emocional para seus casamentos. Seu primeiro livro Toward a growing marriage [Rumo a um casamento maduro], de 1979, foi baseado em um curso que ele ministrou a casais com os quais trabalhava em sessões de aconselhamento. O livro virou um grande sucesso e projetou Chapman como conselheiro familiar.
Desde 1979, "Doutor Casamento" já escreveu mais de 30 livros, todos sobre relacionamento afetivo, o que faz de Chapman um dos maiores autores mundiais no gênero. Prova da atualidade e perenidade dos conceitos criados por ele foi a publicação do livro As cinco linguagens do amor. Lançado em 1992, ainda hoje aparece na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.
 

9 de agosto de 2013

Mais Platão, Menos Prozac



Autor: Lou Marinoff
Editora: Record



Um livro na sua essência filosófico, mas que explora os ensinamentos budistas, taoístas e do I Ching e aplica-os em diversas situações do nosso dia a dia.
 
Tenta-nos ajudar a ser mais racionais, pois muitas vezes as emoções toldam-nos o raciocinio levando-nos a fazer más escolhas e a enterrar-nos mais ainda nas areias movediças que por vezes surgem na nossa vida. Aborda também as motivações decorrentes da situação, as nossas e as dos outros.
 
Para o autor a medicina "inventa" síndromes e mais síndromes e consequentemente as farmacêuticas produzem logo medicamentos "milagrosos" e as pessoas encharcam-se em químicos, quando muitas vezes só se necessita de uma conversa com alguém mais esclarecido que lhe ofereça uma perspectiva diferente da situação que está vivenciando e o ajuda através de correntes de pensamento que mais se adequam ao problema.
 
Esta ajuda é dada, seguindo o método PEACE- Problema, Emoção, Análise, Comtemplação e Equilíbrio descrito no livro. Claro está, que o autor não é radicalista em relação aos medicamentos mas apenas sugere que nem todas as situações são trátaveis por esta via.
 
Um livro não só para quem esteja enfrentando situações problemáticas, mas também para quem se interessa pelo conhecimento destas criaturas tão estranhas que somos todos nós. Em jeito de resumo e invertendo a frase de Anais Nin (nós não vemos as coisas como elas são, nós vemos as coisas como somos) ajuda-nos a ver as coisas como elas são e não como nós somos.
 
 
O livro pode ser lido na íntrega neste link:
 
 
 
 Quem é o autor?
Canadense, nascido em 1952. Doutor em Filosofia da Ciência, pela Universidade de Londres, é o criador do movimento de aconselhamento filosófico, prática que vem se desenvolvendo desde 1994 e que já reúne mais de 500 filósofos no mundo.
  
 

21 de fevereiro de 2013

Biblioterapia

Ler para lidar com os males da alma

A Biblioterapia pode diminuir a ansiedade, depressão, fobias e até mesmo melhorar a autoestima entre diversos tipos de público e faixas etárias

Por: Samantha Cerquetani

Para Revista Viva Saúde no. 106





Ao escolher um bom livro, o leitor pode viajar para outro espaço e época e conhecer personagens únicos que podem marcá-lo para sempre. Quem costuma ler sabe bem como é. Já foi comprovado que os benefícios vão além do entretenimento. Desde as antigas civilizações acreditava-se que a leitura poderia proporcionar alívio às enfermidades. Porém o nome específico de biblioterapia (terapia por meio de livros) surgiu apenas no século XX. Inicialmente, ela era recomendada para pessoas portadoras de conflitos internos como depressão, medos, fobias e para idosos. Hoje, após anos de pesquisa, sabe-se que a leitura terapêutica pode trazer diversos benefícios para diferentes tipos de pessoas em faixas etárias distintas.

Essa terapia complementar pode ser aplicada em grupo ou individualmente. De acordo com Lucélia Paiva, autora do livro A arte de falar da morte para crianças (Editora Ideias & Letras), a leitura proporciona o aumento da autoestima e pode ser aplicada em processos de desenvolvimento pessoal, educacional ou em quadros clínicos. “As histórias podem levar a mudanças, pois auxiliam o indivíduo a enxergar outras perspectivas e distinguir opções de pensamentos, sentimentos e comportamentos, dando oportunidades de discernimento e entendimento de novos caminhos saudáveis para enfrentar dificuldades”, diz.
 
Para quem é indicada a terapia complementar?
A prática tem sido usada em várias situações clínicas, na qualidade de terapia complementar. Confira: 
- luto (divórcio ou morte) 
- depressão 
- hospitalizações 
- falta de perspectiva na vida 
- doenças crônicas 
- dificuldades para se relacionar 
- presidiários 
- idosos 
- dependências 
- traumas 
- ansiedade 
- desemprego 
- estresse e bullying
 
Para Clarice Fortkamp Caldin, autora do livro Biblioterapia: um cuidado com o ser (Porto das Ideias Editora), a leitura, ao descortinar um outro mundo, uma outra realidade, permite ao ser humano exercitar o imaginário, assumir as características de determinados personagens especialmente admirados, refletir sobre suas atitudes e aliviar suas angústias. “Isso só acontece com a leitura do ficcional, que permite a liberdade de interpretações”, afirma. Além de todos esses benefícios, a biblioterapia também amplia a compreensão intelectual, desenvolve senso de pertencimento, dá inspiração, corrige ou elimina comportamentos nocivos ou confusos, e além disso pode diminuir a ansiedade e a solidão.

Profissionais como psicólogos, educadores, bibliotecários e assistentes sociais, quando bem preparados e treinados, podem aplicar a terapia por meio de livros. O especialista, primeiramente, identifica o problema a ser tratado, para depois selecionar a obra que será utilizada. Em seguida, são feitos o compartilhamento das experiências e o acompanhamento do impacto do material escolhido.
 
Conheça as etapas da biblioterapia
O leitor se envolve com a trama ou com o personagem da história (envolvimento) e identifica-se com o caráter ou com a experiência apresentados no livro (identificação). Ao identificar-se, o indivíduo sente alívio pelo reconhecimento de que outros têm adversidades similares. Os dilemas resolvidos com sucesso na obra farão com que o leitor realize uma tensão emocional associada aos seus próprios problemas (catarse). Desta forma, ele pode querer aplicar o que aconteceu na história fictícia à sua vida. Em seguida, a semelhança dos problemas da trama com a sua realidade faz com que o leitor chegue a uma etapa final (universalidade), onde consegue compreender outros problemas similares.

 
Ao ler um texto, o indivíduo constrói um texto paralelo, ligado às suas experiências e vivências pessoais, o que o torna diferente para cada leitor. A literatura tem o poder de mexer com as emoções porque admite a suspensão temporária do que se conhece por descrença. Isso significa que durante a leitura, ele passa a acreditar nos acontecimentos dos livros e esquece dos próprios problemas, causando o bemestar e assim diminuindo a dor.

"Com a leitura terapêutica o leitor se distancia de sua própria dor e também é capaz de expressar seus sentimentos e ideias, possibilitando uma percepção mais aguçada de sua situação de vida. A partir daí desenvolve-se ainda uma forma de pensar criativa e crítica. Ler também diminui o sentimento de solidão, e estimula uma maior empatia com outras pessoas"